"Ansiedade, mau humor, irritação com tudo o que os pais dizem...esses são alguns dos distúrbios emocionais apresentados na adolescência"
Você sabe por que eles ocorrem? Pelo simples fato do não entendimento,
por parte dos jovens, das mudanças que ocorrem nesta fase da vida.
“Quando somos crianças, as coisas parecem se resolver por si mesmas.
Então, o futuro parece ser algo muito distante ainda. A adolescência
marca a chegada dele. Mudam as exigências, interesses e os pais não
sabem como lidar porque para eles, o filho adolescente vai ser sempre
uma criança. Essa sensação de incompreensão presente em casa, já passa a
ser o primeiro conflito”, explica o psicanalista Paulo Velasco.
“A
chegada das responsabilidades pode acabar gerando as alterações
emocionais presentes na adolescência. Até então, tudo era resolvido
pelos pais. Quando atingem a adolescência, a preocupação com os estudos,
carreira e até mesmo as primeiras paixões e desilusões amorosas geram a
sensação de desespero e eles acabam se sentindo perdidos. Tudo é
envolto em incertezas e o jovem se vê sozinho, o que o faz muitas vezes
recorrer à internet em busca de respostas, ao invés de se abrir com os
pais ou demais familiares próximos”, comenta ele.
Diante deste cenário, o especialista
alerta para os riscos de ele se tornar uma pessoa introspectiva demais
preferindo até o isolamento em seu quarto. Este comportamento pode
desencadear uma depressão. “Em cada cinco adolescentes, três são
depressivos. O distúrbio já é considerado hoje, a terceira doença mais
frequente no mundo e pode ocupar o primeiro ou segundo lugar, daqui 10
anos. Ela se alastra como uma virose e não escolhe classe social.
Simplesmente vem, chega e se instala”, alerta. Velasco ainda
reforça sobre os quadros de ansiedade e os transtornos do pânico,
alimentar (anorexia e bulimia) e obsessivo compulsivo engrossarem a
lista dos conflitos que começam a aparecer na vida do adolescente, a partir dos 12 anos.
O papel da família
O fato de não compartilharem as
aflições, inquietações e demais sentimentos com os pais, pode causar
sérios danos na idade adulta, pois como disse o especialista, se não
resolvidos no momento correto, os conflitos não cessarão na transição
para a vida adulta e atingirão estágios de traumas e complexos
seríssimos que deverão ser tratados com a ajuda de um especialista. Por
isso que eu sempre insisto na questão de que os pais precisam aprender
uma nova forma de lidar com os filhos, porque eles também ficam
perdidos. Se veem na seguinte situação: “E agora, o que fazer e onde levar meu filho para saber o que ele tem? Pediatra já não posso mais! ”
A procura por um profissional de saúde mental é a decisão mais
indicada. Ele não cuida somente de loucura, mas sim de comportamentos. "A
grande dúvida é se os sentimentos são normais ou desajustes e o
profissional pode ajudar a responder essa e outras questões. Como já foi
dito, a insatisfação e os conflitos dos jovens com vários aspectos da
própria vida podem eclodir na vida adulta. Portanto, tratá-los enquanto
há tempo é o melhor que se tem a fazer. Nesse momento, a família tem
papel fundamental.”, aconselha o psicanalista.
Em suma, o grande problema dos jovens é a falta de informação, até mesmo para os conflitos que aparecem na transição para a adolescência.
Os pais, sempre muito ocupados, não chegam a perceber que o filho
precisa de ajuda e este acaba buscando repostas na escola, com os
professores, sempre grandes aliados e confidentes que, por viverem no
universo dos jovens, já sabem como lidar com a situação e falam de igual
para igual.
“Diante de tudo, eu digo que os
conflitos e incômodos dos adolescentes são muito importantes para que
eles possam conhecer o lado sombrio da vida. Não é uma tarefa fácil, mas
depois do furacão, ele vai aprender a valorizar algumas coisas na vida.
Quanto aos pais e familiares, esses devem prestar mais atenção para
agirem da forma correta. Os pais devem orientar, principalmente nas
questões sobre sexualidade. Quando começam a aprender a lidar com tudo
isso, os filhos ficam mais fortes”, orienta Velasco. Fonte: espro.org.br
No vídeo a seguir você pode encontrar outros esclarecimentos sobre a depressão e o uso de antidepressivos na adolescência :
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