Novo estudo sugere que zika pode afetar a fertilidade dos homens
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Cientistas americanos descobriram que camundongos infectados com o vírus apresentavam testículos reduzidos e baixos níveis de testosterona e esperma
Os estudos sobre a zika normalmente focam nas
mulheres, já que a infecção durante a gravidez pode causar má-formação
nos fetos, porém, pesquisadores sugerem que o vírus pode reduzir a
fertilidade nos pacientes do sexo masculino.
Cientistas americanos descobriram que camundongos infectados com a zika
apresentavam testículos reduzidos e baixos níveis de testosterona e
esperma. Apesar de humanos ainda não terem sido estudados, os
especialistas acreditam que o vírus pode gerar consequências negativas
também nos homens.É a primeira pesquisa que liga o vírus com a fertilidade masculina. De acordo com os autores, os homens talvez só percebam a infertilidade muitos anos após a infecção. “É o primeiro vírus que eu conheço que causa sintomas tão severos de infertilidade”, afirmou o Dr. Kelle Moley, um dos autores do estudo, em entrevista ao The Telegraphy.
Sintomas
De acordo com Dr. Moley, é difícil dizer se a severidade dos sintomas serão os mesmos nos homens e nos camundongos. Deste modo, não dá para saber se os testículos vão encolher de uma forma que o próprio paciente perceba.Dr. Derek Gatherer, da Universidade de Lancaster, alerta para a importância de os especialistas passarem a monitorar a fertilidade dos homens infectados com a doença para que seja possível verificar possíveis complicações.
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“Já é sabido que o vírus em homens pode encontrar o seu caminho para os órgãos reprodutivos e, então, ser transmitido sexualmente, mas este estudo em camundongos é o primeiro a sugerir que a passagem pelo sistema reprodutor possa ser, na verdade, prejudicial.”
Estudo
Após três semanas dos camundongos terem sido infectados, seus testículos encolheram para um décimo do tamanho normal. Além disso, a estrutura interna ficou completamente destruída, reduzindo os níveis hormonais e de fertilidade.LEIA MAIS: Fui diagnosticada com câncer de mama. E agora?
Quando camundongos fêmeas eram mantidas com machos infectados, as chances delas engravidarem eram por volta de quatro vezes menos do que daquelas com parceiros saudáveis. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (31) no jornal especializado Nature.
Fonte: iG Vigilante - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/igvigilante/saude/2016-10-31/fertilidade-do-homem.html
"Quando os problemas relacionados ao vírus Zika vieram à tona pela
primeira vez, em países da América do Sul, as mães grávidas foram
rotuladas como o maior grupo de risco de contrair a doença através de
picadas de mosquito"
Mas à medida que a epidemia evoluiu, mais pesquisas
descobriram que o vírus não é apenas propagado pelos mosquitos, mas também sexualmente.
Agora, um novo estudo, publicado na Science Advances
sugere que o vírus também pode afetar homens infectados podendo levar à
infertilidade potencial e até atrofia testicular, ou encolhimento. A
transmissão via mosquito ainda é considerada a principal forma de
propagação do vírus, mas o fato de que o vírus possa persistir no sêmen
de homens infectados por pelo menos seis meses após a infecção é
particularmente preocupante e tem deixado os médicos e organizações de saúde pública em estado de alerta.
Esta
pesquisa analisou o impacto do vírus durante um período de tempo nos
testículos de camundongos machos e embora se soubesse que o vírus
poderia persistir no sêmen humano durante algum tempo (meses) após a
infecção já ter sido eliminada do sangue, não estava claro como o vírus
alcançou os testículos. O que os pesquisadores verificaram agora é que
após 21 dias da infecção dos ratos, o vírus continua a replicar nas
células testiculares. O vírus se instalou especificamente em uma parte
dos testículos conhecida como o epidídimo, que é responsável por transportar
o esperma dos testículos para a uretra e esse seria motivo pelo qual o
vírus possui essa capacidade de ser transmitido sexualmente.
Como se já não bastasse, os pesquisadores observaram que após 21 dias
da infecção com o zika vírus, o tamanho dos testículos dos ratos se
tornaram significativamente menores, mostrando uma acentuada atrofia
testicular. Isto certamente leva a relacionar impactos adicionais sobre a
fertilidade dos machos à presença do vírus. Eles detectaram ainda,
níveis reduzidos de testosterona e de inibina B, dois hormônios
produzidos nos túbulos seminíferos e considerados fundamentais para a
produção de esperma. Além desses resultados, os cientistas realizaram
estudos preliminares de fertilidade nos camundongos. Eles revelaram
taxas reduzidas de gravidez e de fetos viáveis em fêmeas que acasalaram
com machos infectados com o vírus da zika, em comparação às que
acasalaram com machos não infectados.
Embora o mundo tenha
permanecido pouco alerta, o zika vírus continua ativo por aí e não
desapareceu. A verdade é que além de se instalar nos testículos dos
homens, o patógeno pode causar problemas neurológicos em embriões e os
pesquisadores de todo o mundo precisam correr para desenvolverem uma
vacina capaz de evitar danos. Fontes: edition.cnn.com / iflscience.com / estadao.com.br / diariodebiologia.co
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