"Uma palestra realizada na reunião da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência no mês de julho,
colocou o Brasil em alerta sobre a possibilidade de um novo vírus atingir não somente o País, mas também a América do Sul e a Central: o oropouche"
O arbovírus (vírus transmitido por um artrópode, assim como os já conhecidos vírus dozika, dengue, chikungunya e febre amarela)
causa uma febre aguda, que em casos mais graves pode evoluir para uma
meningite e inflamação do encéfalo juntamente com as meninges, conhecida
como meningocefalite. A doença é conhecida como Febre de Oropouche porque o isolamento do vírus causador da doença ocorreu pela primeira vez com um paciente febril residente no vilarejo Vega del Oropouche, na Venezuela.
Nas últimas décadas, mais de 500 mil casos de oropouche foram registrados no Brasil. O vírus é transmitido pelo mosquito “maruim” ou “borrachudo”, o Culicoides paraensis, que mede menos de 3 milímetros. O
mosquito que antes só existia próximo aos vilarejos da Amazônia, já
pode ser encontrado em diversas grandes cidades do País, aumentando o
potencial de dispersão da doença por todo o continente americano. Um
estudo de caso realizado em 2002 revelou ainda, que deficiências no
sistema imune de portadores de doenças (como o câncer e a Aids) podem
facilitar que o vírus chegue ao sistema nervoso central de uma pessoa.
Nos últimos anos, o número de casos
cresceu no Brasil, Peru e em países do Caribe. No Brasil, pequenos
surtos de oropouche já foram registrados em pequenos municípios do norte
do País. Isto pode ter relação com o aumento nos índices de desmatamento e ser consequência da criação de novas fronteiras agropecuárias.
A boa notícia é que no Brasil o vírus já foi isolado em primatas e em
aves, e foi detectado a presença de anticorpos que se ligam ao
vírus, impedindo que ele complete a infecção no portador.
Os principais sintomas da doença
são febre alta, calafrios, dor de cabeça muito forte, fotofobia e dor
na região lombar. Especialistas acreditam que muitos dos casos de dengue
do Brasil possam ser, na verdade, oropouche, já que os sintomas dela
são bem parecidos com o da dengue. O diagnóstico correto pode ser feito
através de exames laboratoriais que utilizam técnicas de biologia
molecular, em instituições de pesquisa no Brasil. Por conta deste
cenário, não existem dados recentes sobre registros da doença no País. A
principal forma de prevenção é através do controle da população dos mosquitos que podem transmitir a febre de oropouche nas áreas de ocorrência da doença. Fonte: agencia.fapesp.br / portal.fiocruz.br / biologiatotal.com.br
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