"A polimiosite é uma afecção crônica pertencente ao
grupo de doenças conhecidas como inflamações miopáticas, que se
caracteriza por inflamação dolorosa da musculatura"
Desenvolve-se gradualmente, normalmente surgindo na segunda década de
vida do indivíduo e acomete uma pessoa em cada 200.000. Sua etiologia
ainda não foi esclarecida, mas acredita-se que certos vírus (como, por
exemplo, o HIV) e reações auto-imunes possam desencadear essa doença.
Outro dado interessante, é que aproximadamente 15% dos homens com
polimiosite acima dos 50 anos de idade também apresentam câncer,
enquanto que as mulheres que possuem essa doença são menos propensas a
desenvolver câncer.
As manifestações clínicas habitualmente surgem mais repentinamente
nas crianças do que nos adultos. A sintomatologia pode aparecer durante
ou logo após uma infecção e compreende fraqueza muscular (especialmente
nos braços, quadril e coxas), dor nas articulações e na musculatura, fenômeno de Raynaud, erupção cutânea, dificuldade na deglutição, perda de peso, febre e fadiga.
A fraqueza muscular pode surgir bruscamente ou gradativamente,
podendo agravar-se dentro de algumas semanas ou meses. Devido aos
músculos que são acometidos, algumas tarefas tornam-se extenuantes, como
levantar os braços acima da cabeça, subir escadas e levantar-se de uma
cadeira. Quando a musculatura do pescoço é comprometida também, torna-se
quase impossível para o indivíduo erguer a cabeça quando se encontra
deitado. A fraqueza nos quadris e coxas pode deixar o paciente preso à
cadeira de rodas ou à cama. A musculatura afetada na região superior do
esôfago pode levar à dificuldade de deglutição e regurgitamento dos
alimentos.
Em uma parte dos indivíduos acometidos com a doença, surgem dores e
inflamações articulares, que geralmente desaparecem rapidamente. O
fenômeno de Raynaud tende a aparecer em indivíduos que portam a
polimiosite juntamente com outras afecções do tecido conjuntivo.
Com exceção da garganta e do esôfago, a polimiosite não costuma
afetar órgãos internos. Todavia, pode atingir os pulmões, resultando em
falta de ar e tosse.
Úlceras estomacais e intestinais podem aparecer também, o que pode
levar a fezes escuras e sanguinolentas, sendo que este quadro é mais
freqüente em crianças do que em adultos.
O diagnóstico é obtido através do quadro clínico apresentado pelo
paciente, juntamente com estudos dos níveis de enzimas musculares
sanguíneas, exame histopatológico do tecido muscular e presença de
anomalias na atividade condutora das fibras musculares, sendo este último parâmetro medido por meio de um instrumento denominado electomiógrafo.
O tratamento normalmente é feito por meio da restrição de atividades
físicas, em associação com a administração por via oral de
corticosteroides em doses elevadas, levando ao restabelecimento
gradativo da força muscular e aliviando o edema e a dor, fazendo,
portanto, com que a doença seja controlada.
Dentro de 4 a 6 semanas de
tratamento, a dose do fármaco é reduzida gradualmente, quando ocorrer o
retorno dos valores normais das enzimas musculares e restabelecimento da
força muscular. A maior parte dos adultos deve continuar ingerindo
doses reduzidas de corticosteróide por muitos anos ou então pelo resto
da vida, em certos casos. Já em crianças, o uso desse medicamento pode
ser suspenso dentro de um ano sem que haja recidivas. Pode ocorrer
também do corticosteróide levar a piora da doença, sendo que, nesses
casos, deve-se administrar fármacos imunossupressores no lugar do
primeiro. Fonte: infoescola.com
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